
"Por isso o reino dos céus é semelhante a um rei, que resolveu ajustar contas com os seus servos “
Mt 18:23
Todos temos, lá no fundo do nosso interior, uma "chave" da alma que abre e fecha a porta do nosso coração; essa chave é o livre arbítrio.
Devemos pegar a chave desta porta.
"Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo. " Ap 3:20
Esta porta só tem chave para o lado de dentro, só nós podemos abrir, Jesus espera do lado de fora. Devemos abrir e deixá-lo entrar, e.... depressa!!
Temos que tirar o que não presta, que nos atrapalha. Jogar fora, nos desvencilhar destas coisas. Guardamos tantas coisas no nosso sótão de nossas almas!!
Todos nós temos um lugar para guardar aquilo que não usamos mais. Ex: Mesa quebrada, ferro de passar, brinquedo quebrado etc...
Espiritualmente falando, lembranças de amarguras, traumas, medos, fatos que nos magoaram etc...
Podemos passar por aflições, várias vezes e sempre teremos livramento e Aflições, tribulações, elas se parecem conosco. Todas os dias o Senhor nos dá oportunidade de vencer, não devemos chorar, murmurar, mas ir à luta, Jesus é conosco.
Em cada lance da nossa vida, em cada momento, temos que tomar decisões, escolher, optar e assim vamos guiando a nossa vida.
O livre arbítrio é tão importante que Deus o respeita.
Toda obra que o Senhor faz em nossa vida é com a aquiescência nossa. Ele não violenta a nossa vida; Ele respeita nossas escolhas.¬
É certo que, por misericórdia, Ele nos disciplina, nos alerta e nos adverte por meio da Sua palavra, mas quando fechamos uma questão, Ele nos responsabilizará por ela. Contudo, ainda que não seja do agrado d'Ele, ela será respeitada.
O perdão é um ato de livre arbítrio, é uma escolha, e não depende da emoção.
Não depende dos sentimentos.
Às vezes a gente pensa que a área emocional é o termômetro para liberar o perdão, e dizemos: "Ah, no dia em que eu tiver um sentimento de misericórdia, quando o Espírito Santo me visitar e eu sentir uma grande benignidade por esse "desgraçado" que me pisou tanto, talvez, então, eu o perdoe".
Nós vamos morrer e não vamos liberar esse perdão.¬
O perdão também não depende do intelecto.
Podemos dizer no nosso coração: "Se eu compreender tudo o que a pessoa me fez, os motivos dela, os porquês, então eu vou perdoar".
Não! O verdadeiro perdão não depende disso, porque tem coisas que não são compreensíveis; a pessoa fez porque fez, fez uma maldade por maldade, não tinha motivo algum: pisou porque pisou, humilhou porque humilhou; não há o que se possa compreender.
Da mesma forma, o perdão não depende da vontade; se esperarmos sentir uma boa vontade para perdoar ou para pedir perdão, vamos morrer sem fazê-la.
Normalmente nossa vontade está ligada à vingança. Quando somos ofendidos, o que queremos é retaliar. Se simples¬mente liberarmos a nossa vontade, certamente o que vamos fazer não é perdoar.
"E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores': Mt 6:12, 14, 15. Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou Ef 4:32
***AS COURAÇAS***
Diante de um mundo agressivo, ameaçador, nós necessitamos desenvolver mecanismos de defesa para podermos sobreviver.
Podemos pensar nessas defesas como couraças que usamos para que as flechas dos relacionamentos não nos tragam mais sofrimentos, feridas e dores.
Existem diferentes tipos de couraças, umas mais fortes, outras mais frágeis; algumas grossas, impermeáveis e pesadas, outras duríssimas, inflexíveis.
Às vezes usamos couraças sobre couraças, e podemos até ter várias delas sobrepostas.
Porém, existem defesas que são saudáveis.
O problema é que estão misturadas com aquelas que nos aprisionam, e no primeiro momento do perdão, temos que retirar tudo para podermos selecionar o que deve permanecer; aquilo que nos protege de fato, daquilo que temos de lançar fora, algo que pesa e sobrecarrega.
Daí, sempre que pensamos em do perdão temos a sensação de que este exercício nos levará a um tipo de despojamento que nos tornará frágeis, vulneráveis e que a nossa vida será pautada pelo sofrimento contínuo. Porém, como cristãos, somos filhos de Deus, sabemos que Deus é amor, e podemos crer que Seus mandamentos não são para a nossa destruição, pelo contrário:
"Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados I Jo 5:3
*** A RESISTÊNCIA À LIBERAÇÃO DO PERDÃO***
Por que, então, resistimos em liberar o perdão?
Há pelo menos algumas razões aqui. Vejamos:
PORQUE PENSAMOS QUE, SE PERDOARMOS, O OUTRO VAI MANIPULAR A NOSSA VIDA.
Nós podemos pensar: "Se já perdoei uma, duas, três vezes, e vou dar a outra face, o outro vai começar a manipular, manobrar a minha vida, vou virar "saco de pancada': Parece que se perseverarmos no caminho do perdão, vamos nos tornar bobos, passivos e omissos; então pensamos que nosso cônjuge vai mandar na nossa vida, ou o próximo vai nos escravizar, vai nos torturar.
Há um modo de perdoar e ao mesmo tempo de não permitir que os outros tomem "partido" disso para nos manipular.
o princípio do perdão não implica em abrir mão das nossas defesas, da nossa dignidade. Mesmo perdoando podemos fazer pressão, reclamar os nossos direitos, buscar melhorar as nossas condições de vida.
Passividade não é sinonimo de mansidão nem omissão é o mesmo que o perdão.
- PORQUE PENSAMOS QUE, SE ESCOLHERMOS O CAMINHO DO PERDÃO, NECESSARIAMENTE VAMOS DESISTIR DA JUSTIÇA.
Um homem estava carregado de mágoas, suas dores tinham motivos para machucá-lo, haviam acontecido erros sérios contra a vida dele. Porém, estava prisioneiro das suas mágoas e, para ele, naquele momento, a idéia do perdão parecia como uma obrigação de abandonar todo o senso de justiça, e isso lhe era difícil, porque ele havia sofrido uma injustiça de fato.
Quando algo assim acontece conosco, pensamos que, para perdoar, temos que renunciar ao nosso senso do que é certo e errado, que temos que aceitar o errado como bom.
Não é isso.
Perdoar significa que desistimos de ser juiz, reconhecemos que o outro errou, reconhecemos essa dívida que o outro tem conosco, mas também nos damos conta de que a vingança pertence a Deus, que não é competência nossa ser juiz do outro, cobrar do outro o que ele nos deve.
Então, quando escolhemos o caminho do perdão, não estamos abandonando nosso senso de justiça, nem nosso senso de amor próprio ou de respeito próprio, estamos apenas reconhecendo que todo juízo pertence a Deus.
"Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas daí lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor': Rm 12:19
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